O papa Bento XVI disse aos líderes norte-americanos das universidades da igreja católica romana nesta quinta-feira, 17, que a liberdade acadêmica tem "grande valor" para escolas, mas não justifica posições que violem os dogmas católicos.
O papa, que já foi acadêmico, disse que os ensinamentos da igreja devem moldar todos os aspectos da vida no campus universitários, e educadores católicosdvem ter "uma profunda responsabilidade em guiar jovens à verdade."
"Eu quero reafirmar o grande valor da liberdade acadêmica", disse Bento XVI a centenas de educadores reunidos na Universidade Católica da América. "Ainda assim, é também o caso que qualquer apelo ao princípio da liberdade acadêmica quer justificar posições que contradizem a fé e os ensinamentos da igreja, obscurecendo e até traindo a identidade e a missão da universidade", disse.
A fala do pontífice não continha nenhuma declaração explicita dirigida a presidentes das escolas, mas enfatizava um tema recorrente de seu pontificado: fé é compatível com a razão.
"Professores e administradores, quer em universidades ou escolas, têm o dever e o privilégio de garantir que estudantes recebam instrução dentro da doutrina e prática católica", disse. "Divergências dessa visão enfraquecem a identidade católica e, longe de levar à liberdade, inevitavelmente levam à confusão, tanto moral, intelectual ou espiritual."
Esse discurso foi uma das apresentações mais esperadas do papa Bento XVI em sua visita de seis dias aos Estados Unidos, sua primeira desde que foi eleito em 2005.
As mais de 200 universidades católicas têm estado no centro de uma briga da igreja entre identidade religiosa e liberdade de expressão.
Os conservadores muitas vezes criticam as universidades, acusando-as de abandonarem a fé para se conformarem com um mundo cada vez mais secular. Algumas das mais tradicionais universidades católicas responderam criando novas, e mais ortodoxas, escolas. Uma das mais conhecidas é a Universidade Ave Maria, na Flórida, fundada por Thomas S. Monaghan, fundador da Domino's Pizza.
Quase todas as universidades católicas nos Estados Unidos são independentes, mas bispos locais promovem guias espirituais para as instituições.
Em 2004, os bispos norte-americanos alertaram as escolas contra honrarem ou darem uma plataforma para congressistas católicos que apóiam direitos de aborto, por exemplo.
Em janeiro, o Vaticano deu um grande passo, cancelando uma visita do papa à maior universidade européia, a universidade pública Sapienza em Roma, depois de protestos dos estudantes e professores, que acusavam o papa de ser contra a ciência.
sexta-feira, 18 de abril de 2008
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